No outro dia andava a alimentar os olhos numa livraria, quando encontrei um livro português que falava sobre ser-se virgem depois dos vinte anos. Bem, a minha primeira reacção foi dar algum crédito à rapariga, que se expôs a falar da vida privada e de um tema que não é propriamente habitual. A segunda foi achar que era um disparate existir um clube de virgens.
Quem é que, no seu perfeito juízo, vai aderir a um clube ao qual sabe que mais dia menos dia deixa de pertencer? Quando eu me faço sócia de alguma iniciativa é porque acredito na sua importância e à partida é uma associação para toda a vida! Não é um contrato a termo. Além disso, que benefícios é que me traria ser sócia de um clube assim? Imagino as reuniões mensais para falar dos assuntos do clube das virgens e os temas parecem-me limitados... "Então como imaginas a tua primeira vez?" Errr... Acho que não vale a pena pensar muito nisso! As coisas nunca são como nós pensamos (ou são melhores ou não) e acho que é precisa alguma flexibilidade em relação ao tema. Podemos ter alguma ideia do que queremos (parques de estacionamento e jardins públicos estão fora de questão) mas começar a imaginar a pessoa ideal no cenário ideal a fazer as coisas ideais na data ideal é meio caminho andado para a decepção.
Por outro lado, um clube de virgens é, na minha opinião, dar demasiada importância a algo que deve ser natural e diferente de pessoa para pessoa. Que diferença faz se se perder a virgindade aos 17, 27, 37 47 ou mesmo mais adiante? A sociedade é que condiciona a vida privada de uma pessoa?!
Já há uns anos quando a Britney Spears proclamava a virgindade eterna dela aos quatro ventos a coisa soava mal. Agora com os irmãos Jonas a fazer o mesmo, não é melhor. Então saber que o fenómeno se espalha ao meu país é... triste. Mas isso sou eu.